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Antropofagia política

  • Foto do escritor: Jorge Villalobos
    Jorge Villalobos
  • 7 de jun. de 2024
  • 2 min de leitura

Escrevi no Blog do Jornalista Angelo Rigon que eleições num estado democrático de direito se ganham ou se perdem nas urnas, mas, que há estratégias, que sem confrontar candidatos, estão sendo utilizadas para concentrar o processo eleitoral em um ou dois, ou seja, uma verdadeira antropofagia política. Provavelmente são os prelúdios de como serão as eleições por listas ou como estas podem ser.

Pois bem, estamos em Maringá num processo eleitoral municipal, no qual pré-candidato a Prefeito, que ocupava a segunda posição na pesquisa eleitoral, e considerado parceiro pelo atual Prefeito, estando em plena pré-campanha, com propostas apresentadas à comunidade, desiste do pleito em favor do primeiro colocado, da oposição.

Pese que sempre há uma versão oficial para o fato, importante lembrar que o leitor e eleitor pode levantar hipóteses a respeito de quais foram os motivos, isso é por conta de cada um.

Mas, interessa explorar aqui as consequências, primeiro é que em tese o primeiro colocado pode receber os percentuais do segundo, considerando a proximidade ideológica dos candidatados, bem como, principalmente, em razão da entrega direta da sua pauta e conhecimento, segurança pública municipal, ao discurso do candidato favorecido pela abdicação.

Por outro lado, esse novo cenário eleitoral, que certamente impactou profundamente ao pré-candidato da atual gestão, abre as portas para outras desistências, por efeito dominó, se o segundo se entregou, os outros nas proximidades ideológicas, ou na órbita de influências políticas do grupo antropofágico, podem seguir a mesma via.

Com certeza argumentaram motivos os mais nobres. Mas, essa mudança radical de cenário é um golpe direto no grupo político que pretende a tri eleição do projeto, ou seja, com a redução de candidatos, e ainda mais com a diminuição de candidatos competitivos, a possibilidade de uma decisão do pleito no primeiro turno cresce exponencialmente, notadamente, porque a tal polarização ideológica, entre esquerda e direita, não se vislumbra.

É possível que o grupo que objetiva a tri eleição do seu projeto, tente uma alteração de candidato, mas, dependendo das filigranas que constituem as relações políticas dos grupos que se alternam no poder local, essa via pode ser mais a de um candidato pro forma como foi a do PT em 2020 nesta cidade.

O eleitor perde, a democracia perde, a cidade perde, e o candidato perde credibilidade, porém ganha a pecha de ... o tempo escreverá essa parte.


Texto publicado originalmente No Blog do Jornalista Angelo Rigon em https://angelorigon.com.br/2024/06/06/antropofagia-politica/

 
 
 

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